Falar sobre fraturas em crianças é também falar sobre aplicação de técnicas cirúrgicas em super-heróis. 😅
A maioria das fraturas em crianças está relacionada a quedas no ambiente doméstico, afetando em maior proporção os membros superiores (clavícula, punho, antebraço e cotovelo). É importante ressaltar que um trauma que provoca uma fratura nem sempre é violento. Um tropeço, por exemplo, seguido de queda ao chão pode ser suficiente.
Em relação aos ossos dos adultos, os ossos das crianças apresentam diferenças importantes para determinar o tipo da lesão, o tratamento e o prognóstico em caso de fratura. É que as crianças possuem ossos com maior elasticidade e porosidade; o periósteo – membrana de tecido conectivo que reveste exteriormente os ossos – é mais resistente e há a presença das cartilagens de crescimento. Além disso, como a criança está em fase de crescimento, a capacidade de corpo de formar e desenvolver os ossos é superior à do adulto.
Caso testemunhem o acidente, os pais ou responsáveis devem relatar ao médico a situação e a forma como a criança caiu ou foi atingida. Do mesmo modo, informar a circunstância em que a criança mais sente dor pode contribuir para o diagnóstico: observe se ela grita ou chora ao trocar de fralda ou ao ter seu braço pressionado, por exemplo.
O tratamento, resultado e prognóstico de uma fratura estão relacionados a fatores como idade da vítima, gravidade, tipo e localização do trauma, treinamento do ortopedista e até características individuais da criança ferida. Dessa forma, é importante que os pais falem com o ortopedista responsável e sejam esclarecidos quanto às particularidades do tratamento.
Veja a seguir algumas das possibilidades terapêuticas
Imobilização: em sua maioria, as fraturas podem ser tratadas de maneira conservadora, com imobilização por tempo adequado. Devido a sua capacidade de remodelação, as pontas fraturadas não precisam estar em contato total e encaixe perfeito: desvios são aceitáveis, conforme as características do osso, a localização da fratura e a idade da criança.
Redução: algumas fraturas com desvio necessitam ser reduzidas (ou seja, colocadas no lugar). Isso pode ser feito sob anestesia geral, local, regional ou, em alguns casos, sem a ajuda de anestésicos. Embora pareça agressivo, esse método dispensa, além da anestesia, a internação, e faz a dor passar muito rapidamente.
Cirurgia: certas fraturas exigem cirurgia para o adequado posicionamento dos fragmentos da fratura e/ou fixação. Esta é obtida com a utilização de materiais como pinos, hastes, placas ou fixadores. Também requerem procedimento cirúrgico lesões que afetam a articulação, que atingem a placa de crescimento, fraturas expostas e casos nos quais se verifica ferimento da artéria (onde se percebem alteração da cor da extremidade do membro ou perda do pulso).
É MUITO importante ter ciência de que as informações de outros pais que tiveram filhos com fraturas “semelhantes” podem não ser aplicáveis àquela criança. Portanto, não deixe de procurar um ortopedista o mais rápido possível.
Fonte: SBOT