O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é um dos principais ligamentos do joelho e possui importância fundamental devido ao número de lesões em praticantes de atividades físicas e esportistas profissionais. Essas lesões ocorrem normalmente após entorses do joelho durante exercícios, o que faz com que o fêmur e a tíbia “rodem” em direções opostas, torcendo as fibras do LCA, causando a ruptura de sua continuidade e, consequentemente, a perda funcional.
No momento da lesão é comum o paciente sentir e ouvir um estalido no joelho e o inchaço/edema pode ser imediato devido ao sangramento intra-articular.
Uma cirurgia é capaz de reconstruir o LCA após uma lesão e a reabilitação pós-cirúrgica dependerá da escolha do enxerto, do método de fixação, de fatores específicos do paciente e da preferência do cirurgião. Por isso é muito importante que o cirurgião e o fisioterapeuta tenham recomendações específicas e a comunicação entre eles seja direta.
Objetivos da reabilitação
Os objetivos da reabilitação podem ser divididos em fases. A meta para as duas primeiras semanas inclui controlar a dor e o edema, repouso relativo, exercícios isométricos do quadríceps, marcha com muletas e carga parcial.
No período de duas a seis semanas, objetiva-se ganho progressivo de arco de movimento, até a flexão simétrica em relação do lato colateral e retirada das muletas.
Da sexta semana em diante o trabalho visa a recuperação do pleno arco de movimento e força. Em geral, nesse período os pacientes podem voltar a praticar esportes em linha, como ciclismo. Corrida leve é indicada somente a partir de três meses, e esportes que envolvem rotação (giro, virada) apenas depois de seis a nove meses.
Ou seja, as metas da reabilitação podem ser divididas progressivamente, de acordo com o avanço para a fase seguinte determinada pelo cumprimento dos objetivos de cada período. Dessa maneira, podemos segmentar assim:
Fase 1 (de 0 a 2 semanas)
Controlar a dor e o edema através da crioterapia e elevação do membro inferior operado;
Marcha com duas muletas, com apoio proprioceptivo;
Contrações isométricas do quadríceps;
Primeiros movimentos leves, exercitar para recuperar a extensão do joelho.
Fase 2 (de 2 a 6 semanas)
De acordo com a orientação do cirurgião, passa a caminhar sem muletas;
Manter a plena extensão do joelho e flexão à 120°;
Fortalecimento do quadríceps;
Acrescenta ½ kg de carga nos exercícios isométricos.
Fase 3 (de 6 a 12 semanas)
Recuperar a plena flexão do joelho à 135°;
Caminhar normalmente, utilizando do calcanhar aos dedos dos pés;
Fortalecimento muscular com carga progressiva nos exercícios isométricos de quadríceps e fortalecimento e alongamento de toda a musculatura de membros inferiores, priorizando membro inferior operado;
Exercícios de fortalecimento de adutores, abdutores de quadril, glúteos e panturrilha;
Alongamento de ísquios tibiais (músculos posteriores da coxa);
Exercícios de lomba de panturrilha.
Fase 4 (de 12 a 24 semanas)
Recuperar plena força muscular;
Condicionamento cardiovascular;
Corrida em linha;
Treinamento específico para esporte (treinamento de velocidade e agilidade).
Fase 5 (24 semanas em diante)
Retornar aos esportes que envolvam rotação.
É muito importante consultar seu médico e ter o acompanhamento de um fisioterapeuta especializado durante todo o processo. Este artigo foi elaborado como um serviço informativo e não substitui a orientação médica.
Qualquer pessoa que procure aconselhamento ou assistência ortopédica deve procurar um especialista. Você pode agendar uma consulta aqui no Centro Ortopédico Ipiranga. Clique aqui e solicite o agendamento.
Fonte: Pastoperative Orthopaedic Rehabilitation
Andrew Green, MD; Roman Hayda, MD, COL (ret); Andrew C. Hecht, MD